Levantar o véu sobre tarot
Segundo a tradição esotérica em voga no Séc. XVIII, e seguida particularmente pelos ocultistas do Séc. XIX, é atribuído aos antigos Egípcios a criação do Tarot. Segundo alguns autores, os Egípcios teriam considerado o Tarot não um jogo mas um livro – o Livro de Toth, atribuído ao Deus da Sabedoria Secreta, Thoth. Os defensores desta tese acreditavam que o livro continha os segredos da vida que apenas os iniciados tinham acesso.
Conta a lenda que o Deus Thoth resolveu dividir os seus conhecimentos com os humanos colocando toda a sua sabedoria divina num livro feito em ouro, contendo 78 imagens. Mais tarde, para que estes segredos não fossem usados de forma errada, Thoth lançou o Tarot no Rio Nilo, tendo este sido encontrado pelos Hebreus que criaram, a partir dele, a Cabala.
No Séc. XX assistiu-se à proliferação dos tarots divinatórios, existindo actualmente dezenas, senão centenas, de jogos do tipo tarot.
Quanto à origem do Tarot, impossível certamente chegar a ela. Teria ele vindo dos mistérios sapiênciais do antigo Egipto, das artes divinatórias da China, da Índia?
Teria sido criado por Hermes Trimegisto, durante o período helenístico da história grega, ou elaborado no fim da Idade Média a partir de contribuições astrológicas, ciganas (boémias), alquímicas, cabalísticas e cristãs?
Ou é uma mistura de tudo isto e de algo que talvez nunca saibamos?
A viagem que o Tarot propõe não está ligada a peregrinações, travessias de desertos, escalada de montanhas, nem à busca de paraísos, Jardim do Éden, Campos Elíseos, Terra do Nunca, Jardim das Hespérides, Ming-Tang etc. O marco zero para o início da viagem que o Tarot nos propõe deve ser colocado numa recusa, a de não querer ser mais como somos. E desse ponto em diante que pode começar, talvez, aquela que seja a única viagem que realmente interessa, - a que podemos fazer ao nosso mundo interior...
Tarot significa rotta, destino, percurso... é a via que nos conduz à revelação.... o Tarot é uma forma de cada pessoa desenvolver a sua intuição e a sua sensibilidade; é um dos caminhos que leva a descobrir a nossa essência interior e que nos ajuda a encontrar a resposta para muitas questões que parecem não fazer sentido.